O retrato de alguém que não era para fazer de um álbum, em especifico, do álbum que habita meu imaginário.
Passar por isso é horrível... impossível rasgar o retrato. Ele fica lá esperando esses momentos de fragilidade para aparecer. Em um lapso... o Flash!
O dono do rosto da foto... nem sei se ele gostaria de ser esse rosto ou até mesmo de fazer parte desse álbum.
Um dia ele quis - eu acho -, eu também quis, absolutamente! E fizemos! Mas não podíamos, devíamos... enfim. Um flash do rosto de gente que deveria tornar-se indigente para o meu pensar.
Obviamente que não pela autonomia das vontades... por que se pudéssemos... talvez fosse diferente. E, na verdade, nem é que não podemos.
O que incomodou?? Não, não foi o flash, nem o rosto tampouco o dono do rosto no retrato. Acho que essa sensação é fruto da vontade de ter, ainda que em partes, o que não me possuí plenamente!
Não é meu nem o rosto, nem o dono... apenas o Flash!
Agora... fragilizada obtive um flash de um rosto "indigente". Quando recomposta o que terei?
O que fazer com o que terei??
Domar o flash, torna-lo rosto, corpo... pés e mãos e cabeça... na tentativa de tornar-me Flash. O Flash de outrem. Flash de algo bom... um bom "Flash"?
Mas devo confessar... "Uau que flash!" é por isso que ele sempre surge... em lapsos, não apenas de fraqueza. Esse Flash não é rápido, nem passageiro como de costumes dos flashs... ele ofusca! Minha vista, minha mente...
... Hoje, em um momento de fraqueza, um flash de memória refletiu o retrato. O retrato que guardo em lugar profundo do coração para manter longe de mim com a finalidade de nunca me permitir rasgá-lo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário